sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo - Happy New Year!


"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente"

Carlos Drummond de Andrade


 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo!


Que Jesus Cristo seja toda a nossa fonte de força, poder, conquistas e resultados para o ano vindouro e que Deus derrame ricas bençãos sobre nossos lares  providenciando tudo aquilo do quanto precisamos para suprir nossas necessidades físicas, mentais, materiais e espirituais. Amém.
Feliz Ano Novo!

Grace Teles

Receita de Ano Novo - Carlos Drummond de Andrade

Receita de Ano Novo


 
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


 
Texto extraído do "Jornal do Brasil", Dezembro/1997.



As Frenéticas - Dancin' Days (1978)

Feliz Ano Novo! Happy New Year! Próspero Año Nuevo! Glückliches Neues Jahr! Bonne Année! Felice Anno Nuovo! Novim Godom!



As Frenéticas


Abra suas asas
Solte suas feras
Caia na gandaia
Entre nessa festa

E leve com você
Seu sonho mais lou
Ou, ou, ou, louco
Eu quero ver esse corpo
Lindo, leve e solto

A gente às vezes
Sente, sofre, dança
Sem querer dançar

Na nossa festa
Vale tudo
Vale ser alguém
Como eu
Como você

Abra suas asas
Solte suas feras
Caia na gandaia
Entre nessa festa

E leve com você
Seu sonho mais lou
Ou, ou, ou, louco
Eu quero ver esse corpo
Lindo, leve e solto

A gente às vezes
Sente, sofre, dança
Sem querer dançar

Na nossa festa
Vale tudo
Vale ser alguém
Como eu
Como você

A gente às vezes
Sente, sofre, dança
Sem querer dançar

Na nossa festa
Vale tudo
Vale ser alguém
Como eu
Como você

Dance bem
Dance mal
Dance sem parar
Dance bem
Dance até
Sem saber dançar

Dance bem
Dance mal
Dance sem parar
Dance bem
Dance até
Sem saber dançar

Na nossa festa
Vale tudo
Vale ser alguém
Como eu
Como você

Na nossa festa
Vale tudo
Vale ser alguém
Como eu
Como você...

Grace Teles

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

No Rancho Fundo Raphael Rabello e Ney Matogrosso

O mundo é um moinho- Raphael Rabello e Ney Matogrosso.avi

As Rosas Não Falam Raphael Rabello e Ney Matogrosso.avi

Ney Matogrosso e Rafael Rabelo - Negue

Ney Matogrosso e Raphael Rabello- Retrato em Branco e Preto(versão estudio)

Retrato em Branco e Preto de Chico Buarque




Retrato Em Branco E Preto



Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cór
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar, tanto pior

O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto
E que no entanto
Volta sempre a enfeitiçar

Com seus mesmos tristes velhos fatos
Que num álbum de retrato
Eu teimo em colecionar


Lá vou eu de novo como um tolo
Procurar o desconsolo
Que cansei de conhecer

Novos dias tristes, noites claras
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
E você sabe a razão

Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração



quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

http://www.lepetitprince.com/ecard



Eu...

Já me abandonei.
Já me esqueci.
Já quis comer o que não tinha em casa.
Já jantei fora.
Já gastei dinheiro sem poder.
Já passei sem ter um tostão no bolso.
Já me odiei.
Já fiquei orgulhosa de mim.
Já me amei o suficiente para me respeitar.
Já me perdi.
Já me encontrei.
Já me deparei com o outro a sinalizar.
Já fingi que não entendi.
Já fingi que entendi.
Já aprendi que fingir, não adianta.
Já joguei até amanhecer o dia.
Já vi o nascer do sol em uma praia paradisíaca.
Já presenciei olhares inesquecíveis.
Já ri de perder o fôlego.
Já esqueci um compromisso.
Já errei o dia na agenda.
Já fiz gente querida chorar.
Já dei trabalho.
Já fiz trabalhos muito legais.
Já descobri caminhos novos.
Já superei momentos difíceis.
Já fiz festa na vida.
Já namorei o quanto quis.
Já dei beijo em plena chuva de verão.
Já peguei uma tempestade magnética sem ter onde me abrigar.
Já quase morri de susto.
Já senti pena.
Já senti raiva e descarreguei em pessoas amadas.
Já meti os pés pelas mãos.
Já chorei de alegria.
Já tive medo e assumi.
Já tive orgulho.
Já me desmontei.
Já fiquei sem graça.
Já tive vergonha.
Já comecei algo inúmeras vezes.
Já desisti de um projeto e voltei ao ponto de partida.
Já me questionei.
Já menti pra mim mesma.
Já fui super sincera.
Já dei pito em amigo meu.
Já senti saudades.
Já fui magoada.
Já fui elogiada.
Já quis ser quem eu não sou.
Já entendi que gostar de quem me tornei faz parte de minha paz.
Já fiz amigos rapidamente.
Já me afastei de quem eu não queria.
Já tirei nota boa.
Já usei fantasia.
Já fiz poesia.
Já mudei de cidade.
Já mudei de casa.
Já mudei de estilo de vida.
Já quis o que não precisava.
Já comprei exatamente o que queria.
Já fiquei sozinha.
Já fui popular.
Já fiquei invisível.
Já dei com a cara na porta.
Já perdi a hora.
Já ganhei um presente lindo que eu queria.
Já saí de férias.
Já tive problemas que pareciam não ter solução.
Já fiquei com gente errada.
Já tive falsos amigos.
Já viajei muito.
Já fiquei na água até ficar murcha.
Já fiz longas caminhadas.
Já fiquei na dúvida.
Já perdi o emprego.
Já peguei carona.
Já fui amada.
Já ouvi orquestras incríveis!
Já li muitos livros.
Já chorei com música.
Já tive ataque de riso em sala de aula.
Já me chamaram a atenção.
Já fiz bagunça.
Já arrumei a mesma coisa uma centena de vezes.
Já saí sem avisar para onde.
Já dei satisfação para quem não devia.
Já enfiei o pé na jaca.
Já fiz tempestade em copo d´água.
Já me arrependi.
Já namorei homem mais novo.
Já namorei homem mais velho.
Já tive uma filha.
Já fiz faculdade.
Já desisti de um curso por outro.
Já engavetei um sonho.
Já me batizei em uma religião.
Já encontrei Jesus.
Já assisti três filmes seguidos no cinema.
Já dancei até cansar.
Já tive presença de espírito.
Já brisei.
Já dei risada de mim mesma.
Já chorei com novela.
Já distribuí currículos.
Já distribuí sorrisos.
Já fiz cara feia.
Já defendi quem não devia.
Já me enganei com as pessoas.
Já quis fugir de casa.
Já quis fugir de mim mesma.
Já quis fugir de um amor.
Já descobri que fugir só me leva ao mesmo lugar.
Já perdi o chão.
Já achei o rumo da prosa.
Já desviei do caminho pra chegar mais rápido.
Já perdi o endereço.
Já organizei festa de Natal.
Já fiz regime.
Já mandei recado.
Já recebi telegrama.
Já mandei flores.
Já recebi flores.
Já passei calor.
Já fiz uma cirurgia.
Já dormi sentada.
Já acordei ao meio-dia.
Já entendi assunto complexo.
Já paguei mico de não entender uma coisa simples.
Já cantei em barzinho.
Já cantei em coral.
Já cantei a tarde toda.
Já fiz uma lista interminável do que fazer no próximo ano.
Já fiquei com tendinite.
Já sonhei com quem não devia.
Já pensei na pessoa errada.
Já andei até cansar.
Já procurei problema onde não tinha.
Já fechei os olhos para problemas reais.
Já acordei cansada.
Já fiquei 26 horas sem dormir.
Já perdi o foco.
Já tive inúmeras ideias brilhantes.
Já enjoei.
Já fiquei calma em situação complicada.
Já surtei sem ter motivo.
Já fiz tanta coisa... 
...Vou tirar férias de mim...

...não sem antes desejar a todos que aprendam a ser quem são e desejar que vivam a sua vida com todos os seus erros e acertos, para Serem gente de verdade e não fazerem parte da massa formatada, enquadrada em um molde que já não serve mais...pelo menos para mim, que prezo pelo tanto que se tem a ganhar com a autenticidade que é justamente o que te faz diferenciar, por ser único em tua particular versão universal!!!

FELIZ NATAL E UM ANO REALMENTE NOVO PRA TODOS NÓS!

Grace Teles









quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Pense...

“O bem e o mal – / dele sabiam pouco, porém tudo: / quando o mal triunfa, o bem se esconde; / quando o bem aparece, o mal fica de tocaia. / Nem um nem outro se pode vencer / nem colocar a uma distância sem volta. / Por isso se há alegria, é com um misto de aflição, / se há desespero, nunca é sem um fio de esperança. / A vida, mesmo se longa, sempre será curta. / Curta demais para se acrescentar algo.” Wislawa Szymborska, Prêmio Nobel em 1996 CBN, por José Godoy.

RELACIONAMENTOS (Arnaldo Jabor)

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah,terminei o namoro...
- 'Nossa,quanto tempo?'
 ... - 'Cinco anos... Mas não deu certo...acabou'
- É não deu...?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico; que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate... se joga... se não bate...mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria compania?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte.
Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?

FATO !

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Eu e eu mesma...rs


Esta é uma obra de ficção ( do Quino )...
...Qualquer semelhança terá sido mera coincidência!!!



Antiquário de Marcelo Aguila na Viela das Lavadeiras

Embu das Artes / SP / Brasil




O que sinto com você?

A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,

delicado e penetrante dos sentimentos.

O mais independente.



Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,

as distâncias, as impossibilidades.

Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação,

o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida.



É uma vitória do adivinhado sobre o real.

Do subjetivo sobre o objetivo.

Do permanente sobre o passageiro.

Do básico sobre o superficial.

Ter afinidade é muito raro.



Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.

Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois

que as pessoas deixaram de estar juntas.

O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples

e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.



Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos

fatos que impressionam, comovem ou mobilizam.

É ficar conversando sem trocar palavra.

É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.



Afinidade é sentir com.

Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.

Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado.

Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios.



Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.

É olhar e perceber.

É mais calar do que falar.

Ou quando é falar, jamais explicar, apenas afirmar.



Afinidade é jamais sentir por.

Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.

Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.

Compreende sem ocupar o lugar do outro.

Aceita para poder questionar.

Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.



Só entra em relação rica e saudável com o outro,

quem aceita para poder questionar.

Não sei se sou claro: quem aceita para poder questionar,

não nega ao outro a possibilidade de ser o que é, como é, da maneira que é.

E, aceitando-o, aí sim, pode questionar, até duramente, se for o caso.

Isso é afinidade.

Mas o habitual é vermos alguém questionar porque não aceita

o outro como ele é. Por isso, aliás, questiona.

Questionamento de afins, eis a (in)fluência.

Questionamento de não afins, eis a guerra.



A afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele.

Independente dele. A quilômetros de distância.

Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar.

Há afinidade por pessoas a quem apenas vemos passar,

por vizinhos com quem nunca falamos e de quem nada sabemos.

Há afinidade com pessoas de outros continentes a quem nunca vemos,

veremos ou falaremos.



Quem pode afirmar que, durante o sono, fluidos nossos não saem

para buscar sintomas com pessoas distantes,

com amigos a quem não vemos, com amores latentes,

com irmãos do não vivido?



A afinidade é singular, discreta e independente,

porque não precisa do tempo para existir.

Vinte anos sem ver aquela pessoa com quem se estabeleceu

o vínculo da afinidade!

No dia em que a vir de novo, você vai prosseguir a relação

exatamente do ponto em que parou.

Afinidade é a adivinhação de essências não conhecidas

nem pelas pessoas que as tem.



Por prescindir do tempo e ser a ele superior,

a afinidade vence a morte, porque cada um de nós traz afinidades

ancestrais com a experiência da espécie no inconsciente.

Ela se prolonga nas células dos que nascem de nós,

para encontrar sintonias futuras nas quais estaremos presentes.

Sensível é a afinidade.

É exigente, apenas de que as pessoas evoluam parecido.

Que a erosão, amadurecimento ou aperfeiçoamento sejam do mesmo grau,

porque o que define a afinidade é a sua existência também depois.



Aquele ou aquela de quem você foi tão amigo ou amado, e anos depois

encontra com saudade ou alegria, mas percebe que não vai conseguir

restituir o clima afetivo de antes,

é alguém com quem a afinidade foi temporária.

E afinidade real não é temporária. É supratemporal.

Nada mais doloroso que contemplar afinidade morta,

ou a ilusão de que as vivências daquela época eram afinidade.

A pessoa mudou, transformou-se por outros meios.

A vida passou por ela e fez tempestades, chuvas,

plantios de resultado diverso.



Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças,

é conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas,

quantos das impossibilidades vividas.



Afinidade é retomar a relação do ponto em que parou,

sem lamentar o tempo da separação.

Porque tempo e separação nunca existiram.

Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida,

para que a maturação comum pudesse se dar.

E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais,

a expressão do outro sob a forma ampliada e

refletida do eu individual aprimorado.



Artur da Távola