domingo, 30 de janeiro de 2011

MAFALDA BY QUINO


Hay dias que no sei lo que me passa...



PORTINARI...






VAI UMA RECEITINHA AÍ?




Envelhecendo em um minuto




Reflita...

Mamãe,

Sabia que um dia eu vou crescer e tudo vai ficar diferente...

porque é por mais que a genta não perceba,

e às vezes, se recuse a acreditar,

O tempo voa!

E com ele,

mais do que a minha imagem,

O risco é deixar de lado minhas idéias, meus sonhos, minhas vontades, minha essência...

Esquecer quem eu sou...

E você nem percebe, você já pensou nisto?

O problema é que a vida passa diante dos nossos olhos e a gente nem percebe e depois, tarde demais vai querer saber o quê fez de bom, sem ter tempo de recuperar...

Enquanto dá tempo, faça sua vida valer a pena!

...Antes que seja tarde!


INÍCIO DO DEPARTAMENTO DOA TERCEIRA IDADE NA IASD/ TABOÃO DA SERRA
SÁBADO, 29/01/2011

INSIGHTS...




"Voltamos a tratar com o Homem nas relações de trabalho.
  Por um período fomos tratados apenas como força produtora capaz de gerar bens.
  Agora, ainda somos isto, mas o pior, com sentimentos".

Grace Teles  12/10/2001

COMÉDIA DA VIDA PRIVADA







CENA 1:  O CADASTRO

Ela - Não vou fazer. porquê não quero e pronto!

Outros - Faça! Só de bagunça! Não precisa dizer a verdade!

Ela - Ah, é assim? Pois de bagunça eu só vou dizer a verdade...Não vai aperecer um!!!


CENA 2: ALGUÉM GOSTOU DE VOCÊ: O COMUNICADO

Ela - remete-se aos seus pensamentos mais irônicos: gostar a gente gosta de pizza, de cachorro...

Outros - Veja! Tem um que te escreveu!

Ela: Lê, cheia de surpresa, separado, 56, com filhos, gosta de bons restaurantes etc...aprecia pessoas verdadeiras.

Ele - Dá o telefone e não escreve mais.


DIAS DEPOIS...


CENA 3: CONTATO TELEFÔNICO:

Ela - Se enche de coragem e liga. Ao perguntar pelo nome Roberto, não há ninguém que o tenha, mas...

Ele - Pergunta a ela se pegou o número através de um site de relacionamentos pela Internet...

Ela - Quase desligando, responde que sim.

Ele - Eduardo agora, confessa-se a voz masculina do outro lado da linha.

Ambos - Conversam sobre...amenidades, e por fim,

Ele - Miguel


ALGUNS TELEFONEMAS DEPOIS...


CENA 4: O JANTAR

Ela - Dia de correria, preparativos, salão, maquiagem, roupas, ansiedade...

Ele- Dia de tristeza, dia de velório, indignação com a fragilidade da vida, um amigo que se foi...

Ela - Quase desiste, e até quer que ele cancele!

Ele - Não cancela. Confirma o jantar. Diz que vai ligar antes de chegar. Não liga...toca a campainha.

Destino: Restaurante francês à bordo de uma Mercedes...

Ela - Ri, porque não acredita que está ali.

Ele - Não está ali. Perdido em um turbilhão de emoções, comete o erro de olhar o relógio...

Ela - Se pergunta se foi incapaz de lhe amenizar a dor...as duas doses de bom whisky em copo duplo, responderam que não, pois ele não precisava de nada nem de ninguém ...  ele já estava anestesiado...

Ela  - Reflete: teria sido melhor se ele chegasse a pé, de ônibus, de fusca... se ele tivesse convidado para uma pizza, pedido coca-cola, água, teriam se conhecido melhor e iniciado a sua ( deles ) relação ( amizade, namoro ou sei lá ) através da comunicação que os uniria, aproximando suas realidades, ou não...

Ela - Ainda... Não fala isto a ele. O efeito poderia ser devastador.


CENA 5: THE DAY AFTER

Ela - Lembrando-se do que pensou, resolve ligar. Perde a coragem de falar e diz que ligou só para dar um "oi". Pensara em falar como pretexto para chegar a um fim.

Ele: Pergunta se ela gostou do jantar e diz que foi de coração!

Ela - Sem ênfase alguma, ela responde que sim ( A truta com molho de amêndoas estava uma marravilha! )

Ele - Deseja a ela um ótimo fim de semana!

Ela - Retribui, e , promete a si mesma que não vai mais ligar.


CENA 6: O DESFECHO

No fim de semena e nos dias seguintes ele não liga

Ela - Lembra-se do cadastro... e lembra dele ao se descrever: Sou um homem livre, que gosta do novo e pensa: a adrenalina do novo vicia. Espera que ele não ligue mais, porque então ela teria que lhe dizer sobre o imenso vazio que a inundou na última hora em que estiveram juntos...A maior solidão é a que se sente mesmo estando acompanhada. Decide que não vai nem ao menos lhe enviar isto por e-mail...mas, e tem sempre um mas..., quem já deu uma bronca por telefone pelos tantos nomes, pode e deve, porque ele já sabe que ela é muito brava!

MAS...ELA NÃO ESTÁ BRAVA COM ELE...

Está furiosa é com a vida, que de tantos encontros lhes proporcionou este.


CENA 7: AINDA POR ESCREVER

Vinícius de Moraes - A vida é a arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida...

Ela - Há duas maneiras de se interpretar a crônica acima. Faço votos de que você o faça da maneira correta.


THE END


Curitiba, 05 de outubro de 2003
Imagem retirada da Internet Google






Cafés...




DO CAFFÈ METRÓPOLIS PARA O MUNDO

Cenário propício à divagação.
Momentos retirados da realidade ou inserindo-se nela, dubiedade personalíssima de quem vos escreve.

A poucos metros da Rua das Flores, Rua XV, Boca Maldita, Boca Pequena, benditas sejam entre os curitibanos da gema, meu admirável público!

Chamem-me por Reneè.

Outro dia, conheci um elegante senhor que, como pede a discrição, chamarei-o pelo pseudônimo de Dr. Olavo. ( Médico? Advogado? Dentista? Engenheiro???) Tão aposentado quanto eu.

Aproximamo-nos pelos comentários dignos das filas...( são ótimos e quase sempre , os mesmos iniciadores de prosa...)

- Mas que calor hein? Dirigi-me a ele que estava assentado nas ricas cadeirinhas do lado de fora.

Distantes a duas mesas, nossa conversa iniciou-se em um tom natural e assim permaneceu até o final.

Receptivo, o Dr.Olavo concordou comigo e perguntou se eu era daqui de Curitiba. Respondi-lhe que sim, melhor não denunciar-me um forasteiro. Minha família é daqui. agora, também sou.

Perguntou também se eu já havia passado por dias tão quentes em Curitiba.

Minha evasiva deu certo: - Não que eu lembre.

Apreciamos duas estudantes falantes desfilarem sua exuberante juventude por aquela calçada. O bom de se chegar a certa idade é a ausência de comentários...

O Dr. Olavo fez-se muito parecido comigo: conversador brilhante ( não tenho nenhuma modéstia ), casado, de família grande, sensibilizou-me o apego aos netos. Fotos na carteira e peripécias milimetricamente acompanhadas aos finais de semana!

Apreciadores das artes, comentamos sobre o festival de Teatro de Curitiba e sobre memoráveis apresentações do Teatro Guaíra ( algumas tive o prazer de estar na cidade para assistir...).

Revelou-me um envolvimento que teve com uma grande artista, sempre bem vinda a qualquer sala de Teatro, que quase custou-lhe o casamento. Caso abafado por todos, sabido por muitos e nenhum pouco comentado. Sorte do Dr. Olavo, ou azar, por ter dado fim ao seu deslize extraconjugal com tamanha diva do cenário nacional! Não ousei colocar-me em seu lugar, respeito muito  o destino e a decisão de todos.

Pergunto-me por quê cargas d´água abrimos a nossa vida a "ilustres" desconhecidos e também se não nos tornaríamos amigos de verdade caso houvesse outros tantos encontros...A afinidade responde que sim.

Ah que aromas convidativos...pedi outro café.

Acabei por despedir-me com um pouco mais de vinte minutos de boa prosa, alegando que teria de apressar-me acaso não quisesse meus sapatos recém engraxados tragados pelas águas de mais um fim de tarde de verão.

Outro dia, conheci um estudante de Direito, ali da Curitiba.

Sou um inveterado puxador de conversa, aquela desinteressada, verdadeira, inofensiva, fruto do que somos e apresentamos à vida...

...Mas isso é conversa para um outro dia...



Curitiba, 18/03/2001