terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Feliz Natal!!!

 
É Natal! Natal somos nós quando decidimos nascer de novo, a cada dia, nos transformando. Somos o pinheiro de natal quando resistimos vigorosamente aos tropeços da caminhada. Somos os enfeites de natal quando nossas virtudes, nossos atos, são cores que adornam. Somos os sinos do natal quando chamamos, congregamos e procuramos unir. Somos luzes do natal quando simplificamos e damos soluções. Somos presépios do natal quando nos tomamos pobres para enriquecer a todos. Somos os anjos do natal quando cantamos ao mundo o amor e a alegria. Somos os pastores de natal quando enchemos nossos corações vazios com Aquele que tudo tem. Somos estrelas do natal quando conduzimos alguém ao Senhor. Somos os Reis Magos quando damos o que temos de melhor, não importando a quem. Somos as velas do natal quando distribuímos harmonia por onde passamos Somos Papai Noel quando criamos lindos sonhos nas mentes infantis. Somos os presentes de natal quando somos verdadeiros amigos para todos. Somos cartões de natal quando a bondade está escrita em nossas mãos. Somos as missas e cultos de natal quando nos tornamos louvor, oferenda e comunhão. Somos as ceias do natal quando saciamos de pão, de esperança, qualquer pobre do nosso lado. Somos as festas de natal quando nos despimos do luto e vestimos a gala. Somos sim, a Noite Feliz do Natal, quando humildemente e conscientemente, mesmo sem símbolos e aparatos, sorrimos com confiança e ternura na contemplação interior de um natal perene que estabelece seu Reino em nós. Obrigado Jesus! Por vossa luz, perdão e compreensão. Feliz Natal (Autor desconhecido)
 
 


domingo, 11 de novembro de 2012

"Saga", por Filipe Catto mas... poderia ser por Elis Regina ou Ney Matogrosso



 

Saga

Filipe Catto

Andei depressa para não rever meus passos
Por uma noite tão fugaz que eu nem senti
Tão lancinante, que ao olhar pra trás agora
Só me restam devaneios do que um dia eu vivi

Se eu soubesse que o amor é coisa aguda
Que tão brutal percorre início, meio e fim
Destrincha a alma, corta fundo na espinha
Inebria a garganta, fere a quem quiser ferir

Enquanto andava, maldizendo a poesia
Eu contei a história minha pr´uma noite que rompeu
Virou do avesso, e ao chegar a luz do dia
Tropecei em mais um verso sobre o que o tempo esqueceu

E nessa Saga venho com pedras e brasa
Venho com força, mas sem nunca me esquecer
Que era fácil se perder por entre sonhos
E deixar o coração sangrando até enlouquecer

E era de gozo, uma mentira, uma bobagem
Senti meu peito, atingido, se inflamar
E fui gostando do sabor daquela coisa
Viciando em cada verso que o amor veio trovar

Mas, de repente, uma farpa meio intrusa
Veio cegar minha emoção de suspirar
Se eu soubesse que o amor é coisa assim
Não pegava, não bebia, não deixava embebedar

E agora andando, encharcado de estrelas
Eu cantei a noite inteira pro meu peito sossegar
Me fiz tão forte quanto o escuro do infinito
E tão frágil quanto o brilho da manhã que eu vi chegar

E nessa Saga venho com pedras e brasa
Venho sorrindo, mas sem nunca me esquecer
Que era fácil se perder por entre sonhos
E deixar o coração sangrando até enlouquecer

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Não vou me adaptar- Arnaldo Antunes e Nando Reis(Ao vivo no estúdio 2007)


Não vou me adaptar à bandalheira generalizada.
Não vou me adaptar às regras que já não correspondem ao novo ideário do século XXI.
Não vou me adaptar às frases sem nexo, que não correspondem à realidade fática, principalmente àquelas frases soltas, largadas ao vento, como se pouco importasse a quem elas são dirigidas.
Não vou me adaptar à falta de escrúpulos, caráter ou princípios, só porque a maioria nem sabe o que é isso.
Não vou me adaptar à canalhice declarada, à estupidez escancarada e à alienação alimentada em prol da corrupção.
Não vou me adaptar à falta de educação, bons modos, civilidade, coisas que eram inerentes às pessoas de bem da sociedade, sociedade esta, doente, pervertida em cenas, músicas e versos fracos de rimas e fortes em estímulos violentos.
Não vou me adaptar à falta de compreensão, tolerância ou respeito que se deflagram nas relações mais banais e quotidianas, como a simples reclamação de um serviço mal executado ou por um trabalho árduo realizado e não reconhecido.
Não vou me adaptar à opinião cega do outro que compra idéias sobre o comportamento alheio, sem analisar com um olhar mais acurado, sobre o outro que está bem diante do seu nariz.
Antes, e sempre, e tanto, farei uso do meu discernimento, mesmo que para tanto, eu brinque de mulher invisível, de estátua ou faça pose de paisagem, porque embora mesmo, eu não me adaptando seja fácil me notar, é infalível que muitos não me enxergarão e olharão por sobre e através de mim, para suas próprias realidades inventadas...
Então, que fique o refrão, curto, grosso, áspero e imperativo negativo que escolhi para a minha execução: - Não vou me adaptar...Não vou me adaptar...
Não vou, me adaptar...pois não compro prognósticos em farmácias e não faço análise de comportamentos declaradas, posto que me falta a habilitação, mas sei exatamente o que se desvela diante dos meus olhos: posso ouvir, ver e pensar, graças à Deus.
Tenho os sentidos à flor da pele para os exercitar contra as falácias e as idiotices relatadas detalhadamente nos discursos e em muitos canais de comunicação.
Serei fiel, a mim mesma por achar que mais vale uma verdade incauta do que uma realidade elaborada.
Grace Teles - em momento histórico - Eleições Brasil/ São Paulo 2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Feliz Dia do Amigo!

Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...



segunda-feira, 18 de junho de 2012

Amy Winehouse - Valerie

CAFÉ COM CORUJA









WESTWING HOME AND LEAVING / BANDEJAS PARA CAFÉ





WESTWING HOME AND LEAVING/ CAIXA PARA CAFÉ




WESTWING HOME AND LEAVING/ BLOCO DE NOTAS





 

WESTWING HOME AND LEAVING/ IMÃS




WESTWING HOME AND LEAVING / QUADRO NEGRO




WESTWING HOME AND LEAVING / PLACAS DECORATIVAS II





WESTING HOME AND LEAVING/ PLACAS DECORATIVAS





quarta-feira, 6 de junho de 2012

POÉTICA ( MANUEL BANDEIRA )

POÉTICA



Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto espediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas.
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar as mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare.

- Não quero saber do lirismo que não é libertação.

 




terça-feira, 13 de março de 2012

Carlos Drummond de Andrade

Acordar, viver

Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me
àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.


Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas
de amanhã com as coisas ásperas de hoje?


Como proteger-me das feridas
que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento
que lembra a Terra e sua púrpura
demente?
E mais aquela ferida que me inflijo
a cada hora, algoz
do inocente que não sou?


Ninguém responde, a vida é pétrea.


sexta-feira, 2 de março de 2012

domingo, 8 de janeiro de 2012

Desejo (Victor Hugo)

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.

E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.